sexta-feira, 3 de agosto de 2012

1 - O Amor como Herança - Catherine Archer




Inglaterra, 1188.
Simon Warleigh jurava vingar o assassinato de seu pai adotivo. Porém, ao retornar da Terra Santa, o valoroso cavaleiro teve de enfrentar acusações falsas de traição e ainda a ameaça de ser despojado de seus domínios. Sua única chance de manter as terras adoradas de Avington era casar-se com a filha do homem que fora o alvo de seus protestos de justiça!

Mas amor era o seu destino!
Então teve de se casar às pressas com a formosa lady Isabelle, gelada e impassível como uma estátua, mas dona de excepcionais olhos cor de violeta. No entanto, Simon não demorou em comprovar as fagulhas que queimavam sob o aspecto exterior de indiferença de Isabelle. E quando as idéias de desforra transformaram-se em amor, Simon decidiu quebrar o escudo de gelo da donzela e transformá-la em uma mulher de verdade… sua mulher! 




Primeiro Livro da Série Cavaleiros do Dragão


PARTES DO LIVRO


"(...)Isabelle demorou-se longe do acampamento o quanto pôde. Queria esquivar-se de um encontro com Simon. Quando voltou, já escurecera.
De esguelha, notou a ausência do marido no meio dos outros homens e viu-o ao lado do fogo. Os cabelos claros já estavam secos, e seu corpo musculoso escondia-se nos trajes de alta qualidade que usava. O que não a impediu de lembrar-se de seu aspecto no riacho.
Simon nem pareceu notá-la, o que a deixou solitária com seu desconforto. Apesar disso, agradeceu aos céus pela atitude distante do marido. Era adequada ao mais estranho dos matrimônios de conveniência. Sentiu o calor subir-lhe ao rosto.(...)"

"(...)Simon estimulou o garanhão a um passo mais rápido, e Isabelle fez o mesmo com sua égua. Agradava-lhe experimentar o vento que lhe desmanchava a cabeleira. Cavalgar era um dos únicos prazeres que lhe permitiam ter.
Adorava apreciar as colinas arredondadas e as florestas verdejantes de Dragonwick. Kelsey, que não andava a cavalo por prazer, nunca a acompanhava.
Naquele dia, apesar da vontade de alegrar-se pelo passeio, Isabelle não conseguia. A presença de Simon a seu lado era poderosa e a impedia de se concentrar em outra coisa.
Não conseguia descontrair-se por completo. A despeito do pouco-caso de Simon, não era capaz de esquecer seu beijo. E aquele pensamento a fez fixar um olhar desejoso nos ombros largos, onde se largara com abandono,
Simon não podia deixar de notar que Isabelle era uma amazona experiente. Observava-a de soslaio. O capuz estava caído nas costas, e ela se inclinava sobre a parte mais alta da sela, segurando as rédeas com mãos esguias, mas competentes.(...)"

"(...) Simon passou a observá-la com mais atenção do que antes. Parecia hipnotizado por suas mãos brancas e esguias ao pegar a taça na mesa. Sentia-se atraidíssimo pelo movimento de seus quadris, quando Isabelle deslizava pelo castelo com a graça inconsciente que lhe era peculiar.
No dia em que sua mulher se encostara nele ao passar em sentido contrário pela escada estreita que levava ao segundo pavimento, Simon sentira um intenso desejo, tão grande que teve de morder o lábio para sufocar um gemido. Isabelle parecera alheia à aflição do marido. Seguira seu caminho, sem ao menos lançar-lhe um olhar de revés, com aqueles olhos maravilhosos…
Teria aquela feiticeira lançado seus encantos sobre ele? Com toda a certeza, pois nunca em sua vida Simon se descontrolara por uma mulher. Devia ser a formosura de Isabelle que o atraía. Qualquer homem a desejaria. Era a natureza dos homens.
Mesmo assim, Simon não costumava ficar tão atordoado por dama alguma.(...)"

"(...)— O senhor não dormiu com ela, dormiu? Warleigh nada disse, e Jarrod começou a andar de
um lado para o outro, diante do companheiro.
— Ficou maluco?! — Jarrod entendeu o que se passara. — O que o levou a fazer uma coisa dessas?!
— Não estou com vontade de discutir sobre isso.
— Essa mulher deu-lhe algum indício de que poderia tornar-se sua aliada?
— Não, Jarrod. Acho que Isabelle tem muito medo do pai para assumir tal atitude.
— Quer dizer que o senhor agiu como tolo duas vezes. Sabe muito bem com que rigor ela deve ter sido treinada!
Semanas atrás, Simon teria concordado com Jarrod. Mas, sabedor de como era difícil para Isabelle lutar contra as amarras do medo, já não pensava assim.
— Não sabe do que está falando, Jarrod. E eu gostaria que tivesse mais cuidado ao se referir a minha esposa.
Jarrod parou de caminhar e encarou-o.
— Deus do céu, não pode ser!
— Só porque espero um pouco de cortesia para minha esposa?
— O senhor se apaixonou por ela!
Simon teve a impressão de que uma estaca lhe varava o coração. O ar saiu de seus pulmões e a cabeça começou a girar.
Apaixonado por Isabelle!
Era a mais pura realidade! Amava-a, apesar de ter feito o impossível para evitar um absurdo daqueles. Até mesmo suspeitara da bondade amorosa que Isabelle demonstrava. Desde o início, soubera que aquilo iria complicar tudo.
Mesmo quando se tornaram marido e mulher de fato, mantivera-se afastado dela. Dissera a si mesmo que Isabelle não se doaria o suficiente para ser uma senhora apropriada para as pessoas de Avington, e elas mereciam uma lady dotada de carinho e sensibilidade.(...)"

No íntimo, Simon estava consciente de que não era essa a única razão. Precisava ver Isabelle, abraçá-la como fizera naquela noite. Talvez fosse pela última vez. Apesar de sua própria fanfarrice de crer que sobreviveria ao inimigo, não tinha meios de saber o que lhe sucederia após confrontar-se com o rei João.
Fora mesmo um tolo. Sim, amava Isabelle. Quando lhe afirmara que não se importava se sua mulher poderia amar, não só enganara a si mesmo como também a ela. Convencera-se de que nutria apenas piedade por tudo o que Isabelle suportara desde a infância. Mas amava-a, e muito.(...)"

"(...)Simon manteve-se calado até alcançarem os degraus externos da grande porta de carvalho do castelo.
— Por favor, agradeça a Jack por mim. — E virou-se para ela.
Isabelle embeveceu-se na contemplação de cada detalhe de seu rosto tão querido.
— Isabelle…
Simon suspirou e não terminou o que pretendia dizer. Tomou-a nos braços e beijou-a com paixão.
Isabelle sabia que jamais esqueceria aquele beijo e, como uma tola, agarrou-se em Simon, como se pudesse segurá-lo para sempre. A perda era muito dolorosa.
De repente, ele a largou e partiu.(...)"

"(...)— Eu te amo, Isabelle. Amei desde o começo, e meu amor será eterno.
Isabelle jogou-se da montaria para os braços de Simon e agarrou-o pelo pescoço, erguendo o rosto para ser beijada. Ele não se fez de rogado e beijou-a com uma profundidade que a deixou arrepiada.
Isabelle, logo em seguida, encarou-o.(...)

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